UM GRUPO DE JOVENS ASSALTA SEDE DO PAIGC

Um grupo de jovens tentou tomar hoje (18 de Outubro) de assalto a sede nacional do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em Bissau, tentando impedir os militantes de entrar, e as duas partes acabaram em confrontos

Do confronto registou-se cinco feridos nas primeiras horas desta manhã entre militantes do PAIGC e um grupo de jovens que alegadamente pertencem ao grupo dos 15 deputados expulso do partido.

Em declaração a imprensa, horas depois do confronto o porta-voz do grupo que alegadamente é acusado de tentar assaltar a sede nacional do PAIGC, revelou que a presença do grupo na sede era para entregar uma petição que exige a demissão do Domingos Simões Pereira e o cumprimento do ponto dez do acordo de Conacri que diz respeito a reintegração dos 15 deputados expulsos do partido.

“Chegamos as 07:30 entramos e estamos a espera da direcção do PAIGC para entregar a petição que nós levamos. De repente apareceu um grupo com facas e catanas e começaram a nos insultar e como não ouve a reacção da nossa parte, eles começaram a nos agredir pessoalmente”.

 O porta-voz disse que estavam a exigir a demissão do presidente do partido Domingos Simões Pereira, “porque não é capaz de dirigir o PAIGC e desde a sua entrada na liderança, o partido complicou-se e nunca não vimos a solução. O Domingos sempre pautou pela expulsão das pessoas e já expulsou mas de que 40% dos dirigentes do partido. Isso é grave e não queremos entrar no abismo”, justifica.

Reagindo sobre o confronto durante uma conferência de imprensa realizado no princípio desta tarde na sede dos libertadores, Ali Hizaji, responsabilizou o ministério do interior sobre ocorrido.

“É lamentável porque a força de Ordem Pública já tinha essa informação. Eles sabiam do problema mas não nos deram a protecção falhou e não vamos-lhes condenar, mas vamos-lhes dizer para assumirem as suas responsabilidades para que não houvesse mais falhas”, aconselhou.

Entretanto o facto também já mereceu a reação do grupo alargado dos 15 deputados, que através de uma nota de imprensa, esclarecendo da sua forma de que, o que esteve na origem dos acontecimentos desta manhã, foi a ida a sede do PAIGC, de um grupo de militantes e responsáveis deste partido a fim de procederem a entrega oficial de uma petição subscrita por mais de 7.000 militantes do PAIGC, que contestam a liderança do seu presidente, Domingos Simões Pereira, pela forma como tem recusado sistematicamente o diálogo politico interno, nomeadamente no que se refere a reintegração dos 15 deputados, e a vaga de expulsões e sanções no seio do PAIGC.

Face a uma violência de uma amplitude raramente vista, no seio de um partido politico, o grupo afirma, que o acto demostra que o PAIGC esta pondo em prática a sua determinação, na medida em que, o ultimo comunicado deste partido, tinha referido que a partir de agora todos os actos ou acções provocatórias serão respondidas de forma enérgica para por cobro a esta situação que se arrasta há mais de dois anos.

Logo nas primeiras horas do confronto na sede do PAIGC havia alguns dispositivos de força de segurança mas que não entreviram no sentido de apaziguar o confronto, facto que o presidente da liga guineense dos direitos humanos Augusto Mário, considera de grave.

«As forças da segurança têm como missão principal garantirem a ordem pública, então quando acontece confronto sobretudo na via publica e numa instituição a força de segurança têm a responsabilidade de garantir a ordem e têm a responsabilidade de intervir preventivamente para evitar situação de confronto. Portanto se as forças de segurança estivessem cá antes do confronto e assistirem o confronto sem que tivessem feito alguma coisa, isso é muito grave e poderia determinar abertura de um inquérito para apurar a responsabilidade das forças de segurança neste processo», critica Augusto Mário da Silva.

No entanto, o gabinete de comunicação da presidência da República refutou quaisquer envolvimentos do chefe do estado na tentativa de apoderar-se da sede nacional do PAIGC esta manhã por um grupo alegadamente fiéis aos 15 deputados expulsos desse partido.

Numa nota de imprensa entregue à nossa redacção, o gabinete esclarece que o presidente não teve conhecimento dos preparativos, nem compactua com a realização de actos dessa natureza consideradas atentatórias à estabilidade política e à paz.

Outro sim, a nota conta que José Mário Vaz solicitou as autoridades policiais e judiciais a identificarem e responsabilizar os responsáveis por esse acto condenável.

Segundo a nota, o chefe de estado, em vários momentos dessa crise, que segundo ele nasceu na sede do PAIGC e culminou com bloqueio do funcionamento da ANP- demonstrou de que a solução só pode ser encontrada na mesa das negociações com humildade e na base de diálogo, da tolerância e do respeito mutuo.

O confronto aconteceu numa altura em que o ministro do estado e do Interior e o Comissario Nacional da Polícia da Ordem Pública (POP) estão fora do país em missão de serviço. Por outro lado tentamos recolher a reacção do comissario adjunto da POP mas prometeu reagir no momento oportuno.

De referir que momentos depois do confronto, o primeiro-ministro Umaro Sissoco Embaló foi vaiado e impedido de entrar na sede do partido vencedor das últimas eleições legislativas.

 

Por: Braima Sigá

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