“ESTAR NA PRISÃO NÃO NOS IMPEDE DE REITERAR A NOSSA POSIÇÃO” – disse porta-voz da Frente Popular

Apesar das duas tentativas de manifestação que acabaram por ser impedidas pelas forças de ordem Pública, a organização denominada “Frente Popular” não desmarca e anuncia para o próximo dia 3 de agosto a realização de uma nova manifestação popular no país.

A determinação foi tornada pública, este sábado, depois das forças de ordem pública terem dispersado e prendido manifestantes que estavam em diferentes bairros de Bissau para uma manifestação contra a fome no país e a favor do retorno à legalidade constitucional no país.

Depois de mais uma tentativa falhada, o porta-voz da Frente Popular, Nelito Paulo Quadé, que foi preso neste sábado por horas, afirma na conferência de imprensa realizada na casa dos direitos que a marcha convocada para o dia 3 de mês de agosto está em pé.

“Estar na prisão não nos impede de reiterar a nossa posição. (…) Esta República é nossa e vamos lutar para repor os seus valores e é por causa da sustentabilidade das gerações, e existem coisas que se deixarmos acontecer será um grave precedente greve que estaremos a deixar para a futura geração”, disse o ativista que avança, no entanto, que a marcha do próximo sábado será uma realidade “até porque já demos o conhecimento ao Ministério do Interior e eles receberam as nossas cartas.  

Quadé considera ainda de grave o comportamento dos agentes de ordem pública que obrigou tirar fotos no Ministério do Interior com os outros grupos de manifestantes que estão a exigir respeito às autoridades de Estado.

“Não se pode obrigar uma pessoa `líder da Frente Popular´ a estar no mesmo local, tirando fotos e filmando, com dístico de pessoas que estão a defender causas diferentes com a nossa. Isso é muito grave, violações têm vindo a acontecer, mas este tem um tom de gravidade muito elevado, não se faz. Isso é humilhar as pessoas”, disse Quadé ao informar que foram colocados em uma cela com pessoas que estavam a tentar manifestar a favor do “respeito da autoridade do Estado”.

Presente na Conferência de imprensa, o Vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Edmar Nhaga, lamenta o comportamento do Ministério do Interior de não cumprir com os acordos assinados com a Frente Popular.

“Esperamos que atos do género não voltem a acontecer, porque o que pedimos é o bom senso do Ministério do Interior em lidar com os assuntos deste género que são um pouco sensíveis, que são assuntos que mexem com os direitos humanos e que colocam em causa as nossas liberdades enquanto cidadãos”, enfatiza.

As forças de segurança prenderam, este sábado, em Bissau, dezenas de pessoas, e outras foram atingidas com o gás lacrimogêneo durante mais uma tentativa de realizar uma manifestação pública contra a fome e violação de direitos humanos no país.

As apreensões de manifestantes ocorreram esta manhã horas antes do início da manifestação pacífica anunciada em todo território nacional pela organização cívica denominada “Frente Popular”. Esta é a segunda manifestação impedida pelas forças de segurança.

Em reação a esta situação, os citadinos de Bissau dizem estar revoltados com a atitude das forças de segurança, clamando pela liberdade imediata dos manifestantes.

Durante a ação policial, a nossa reportagem confirmou a presença do secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo, dando as orientações para deter as pessoas que se encontram reunidas no espaço verde “bairro de ajuda”.

De referir que este sábado estavam marcadas duas manifestações na capital Bissau, uma da Frente Popular e outra da organização denominada “respeito às autoridades de Estado”.

 

Por: Redação

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