CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL PODE TORNAR A GUINÉ-BISSAU MAIS PREPARADO AOS CHOQUES CLIMÁTICOS
A Representante Residente do Banco Mundial disse, hoje, que o crescimento sustentável na Guiné-Bissau o faz se tornar, num país mais preparado para enfrentar a crise climática.
“O crescimento sustentável da Guiné-Bissau a tornará mais preparada para enfrentar a crise climática”, as palavras são de Rosa Brito Delgado deixadas, esta sexta-feira, em entrevista nas instalações da Rádio Sol Mansi, em Bissau, a propósito do primeiro Relatório do Banco Mundial apresentado, sobre o Clima e o Desenvolvimento do país.
Segundo a cabo-verdiana que assume as funções da Representante Residente do Banco Mundial na Guiné-Bissau desde julho último, neste momento a sua instituição dispõe de 13 projeto em curso no país, 8 são nacionais e 5 são a nível sub-regional, orçado no valor de mais de 400 milhões de dólares em subvenção.
“O Banco Mundial tem neste momento 13 projetos em curso no país, 8 destes projectos são nacionais e 5 são regionais, o valor total do nosso no apoio no país é de cerca de 420 milhões de dólares em subvenção. Estes projetos que nós temos no país abrangem em diferentes áreas como: a educação, a saúde, a energia, a estatística, os transportes … então estamos neste processo de apoiar a Guiné-Bissau na sua jornada de desenvolvimento e este desenvolvimento vai traduzir-se numa melhor preparação para combater as alterações climáticas”.
Na segunda-feira, o ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambú, durante a sua intervenção na apresentação do relatório, exortou os parceiros internacionais a continuarem com os apoios ao país, para a implementação dos objetivos elencados no documento sobre o Clima e Desenvolvimento do País.
No entanto, sobre a elevada taxa de pobreza, instabilidade política e desafios económicos, incluindo uma excessiva dependência da castanha de caju na Guiné-Bissau, elencado no documento, Rosa Brito afirma que é essencial a diversificação de culturas e da economia, para fazer face às sucessivas ameaças.
“É essencial a diversificação de culturas e da economia, a produção do arroz por exemplo, tem grande potencial económico e podia ser uma opção de diversificação de cultura. Também a Guiné-Bissau devido ao clima e a localização geográfica tem muitas oportunidades para aumentar a produção de culturas alimentares nutritivas, esta diversificação pode levar ao aumento da produtividade agrícola, a melhoria da segurança alimentar e a redução dos impactos ambientais e os melhores meios de subsistência para os agricultores”.
As boas práticas agrícolas precisam ser introduzidas no setor agrícola com colheitas a serem alternadas é, uma das recomendações do Relatório sobre o Clima e o Desenvolvimento (CCDR), porque segundo disse permite menor danificação do solo. A representante defendeu ainda o incentivo à produção e exportação de outros produtos agrícolas, e a promoção de transformação de caju para reduzir a dependência da sua exportação.
“É preciso também incentivar a produção e exportação de outros produtos agrícolas e apoiar as empresas privadas na transformação desses produtos, como referi várias vezes que é importante melhorar o acesso a bens público essencial, porque isso, permitirá apoiar o investimento agrícola privado e melhorar o acesso aos mercados. Outro ponto muito importante é promover a transformação do caju, investir em instalações de armazenamento a frio e melhorar a capacidade de processamento para aumentar a cadeia de valor do caju e reduzir a dependência das exportações de caju em bruto”.
Entre as conclusões apresentadas no relatório, considera-se que, embora a Guiné-Bissau seja um país com "maior capital natural per capita" da África Ocidental, são necessárias medidas para enfrentar e combater os desafios colocados pelas alterações climáticas.
Por: Braima Sigá
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