Educação: CÁRITAS DIOCESANA DE BAFATÁ ACUSA O GOVERNO DE FALTA DE COLABORAÇÃO
A Diocese de Bafatá, através do Departamento da Educação, decidiu retirar-se da coordenação dos Liceus “Dom Settimio de Empada e Padre António Grillo” de Bambadinca sustentando a falta de colaboração com o estado guineense.
A decisão da Igreja Católica de Bafatá, consta numa nota informativa dirigida aos pais e encarregados de educação das escolas “Dom Settimio de Empada e Padre António Grillo” de Bambadinca, cujas gestões sob a responsabilidades das respetivas missões católicas nas zona sul e leste do país.
Na nota assinada pelo Padre Maio da Silva, a Diocese de Bafatá através do departamento da educação revelou que as escolas públicas que funcionam em regime de autogestão têm um protocolo de acordo assinado pelo Ministro da Educação e pelo Bispo da Diocese de Bafatá.
Neste protocolo, disse a mesmo nota, as partes devem colaborar para o bem das escola e de formação dos alunos, sendo que o diretor da escola é nomeado pelo Ministério da Educação e Ensino Superior sob a proposta da comunidade local e de missão católica, o que não aconteceu nos Liceus “Dom Settimio de Empada e Padre António Grillo” de Bambadinca, contrariando todos os princípios de colaboração constados no protocolo de acordo assinado há mais de 20 anos.
Segundo ainda o mesmo documento, a Diocese entende que, o estado da Guiné-Bissau ou seja o Ministério da Educação já não tem confiança na missão católica para que possam ter uma colaboração saudável, uma vez que as comunidades pediram que a missão católica continuasse com a sua presença na gestão administrativa das respetivas escolas.
A missão católica sublinhou que não tem nenhum interesse económico neste serviço, mas, somente tem um “orgulho” de poder dar a sua contribuição pedagógica e administrativa para o bem das crianças que precisam de aprender e de serem homens e mulheres capacitados.
A Rádio Sol Mansi, sabe ainda através desta nota que, a Cáritas Diocesana de Bafatá através do Departamento de Educação, coordena mais de 40 escolas privadas e de auto-gestão envolvendo quase 15 mil alunos nas regiões de Gabú, Bafatá, Quinara, Tombali e Bolama Bijagós que pertencem a Diocese de Bafatá.
Nos últimos tempos, o país tem assistido às ondas de reivindicações dos professores e alunos contra as nomeações feitas nas diferentes escolas públicas do país. Estas decisões foram sempre “aplaudidas” pelas comunidades.
Os recentes casos foram assistidos em Mansabá, Mansoa, ambos na região de Oio, Cacheu e Empada.
A mais tensa situação aconteceu nesta segunda-feira em Mansoa, onde a manifestação dos estudantes do Liceu Regional “Quemo Mané”, contra a nomeação de novo diretor, motivou o confronto entre as forças de segurança com os estudantes que culminou com o lançamento de gás lacrimogêneo das forças policiais sobre os alunos e a população.
Perante esta situação, o analista permanente da Rádio Sol Mansi para os Assuntos da Educação, Lamine Sonco, diz congratular-se com as posturas assumidas pelos estudantes guineenses, sobretudo nas regiões do país, em reivindicarem as nomeações de diretores sem qualificação.
Em análise, o especialista em assuntos de educação, Lamine Sonco, afirmou que as nomeações não devem ser feitas com pessoas sem capacidades de gestão das suas funções.
Para o analista Lamine Sonco, as últimas nomeações feitas sobretudo no setor educativo, podem afundar ainda mais o país, e a população tem de continuar a reclamar contra esta situação.
Por: Ussumane Mané